Nas movimentadas ruas da Londres vitoriana, o primeiro semáforo do mundo fez a sua estreia, revolucionando a forma como o trânsito era gerido. No entanto, esta invenção pioneira tinha pouca semelhança com os sinais automatizados e fáceis de ler que conhecemos hoje. Além do mais, representava perigos inesperados para pedestres e motoristas.

Muito longe dos sinais modernos

Ao contrário das conhecidas luzes vermelhas, amarelas e verdes com as quais todos estamos familiarizados, o primeiro semáforo do mundo era uma engenhoca rudimentar movida a gás. Foi instalado em Londres em 1868, no cruzamento da Bridge Street com a Great George Street, perto das Casas do Parlamento.

O cruzamento era conhecido por ser perigoso para os viajantes e as autoridades locais. Antes de sua instalação, várias pessoas morreram, inclusive policiais.

Este primeiro semáforo funcionava mais como um sinal ferroviário. Afinal, o inventor, John Peake Knight, tinha experiência ferroviária. O novo sinal usava lâmpadas a gás para transmitir instruções aos pedestres. Embora tivesse cores vermelhas e verdes, sua aparência era totalmente diferente das contemporâneas.

Um militar o operou manualmente. No geral, o poste que segurava o sinal acima tinha quase 6 metros de altura e tinha um conjunto de “braços” que se agitavam para o sinal de “pare”. Os braços se posicionaram em um ângulo de cerca de 45 graus para “ir”.

Como tal, o londrino relatou que a aceitação inicial do dispositivo foi “mista”. Algumas pessoas ficaram confusas com os “braços”. Eles simplesmente não tinham certeza do que as posições significavam. As luzes movidas a gás eram difíceis de ver durante o dia. Outros ignoraram totalmente a engenhoca.

Uma placa verde em Westminster, Reino Unido, homenageia John Peake Knight, o inventor do primeiro semáforo do mundo
Cornelia Neumeyer/aliança de imagem via Getty Images

Os perigos surpreendentes do controle de tráfego precoce

Apesar da sua natureza inovadora, o primeiro semáforo do mundo apresentava riscos significativos. As lâmpadas movidas a gás usadas no sinal eram altamente voláteis e propensas a explosões. Alegadamente, representava um grave perigo para pedestres e motoristas próximos.

Segundo o londrino, em 1869, um vazamento de gás causou uma explosão que queimou gravemente o policial que operava a engenhoca. Esta falha inerente à concepção sublinhou a natureza experimental dos primeiros sistemas de gestão de tráfego e destacou a necessidade de maior refinamento e inovação.

No final de 1869, o semáforo seria removido. Simplesmente causou muitos problemas do que valia a pena.

Com o tempo, os avanços na engenharia e no design levariam ao desenvolvimento de sistemas de controle de tráfego mais seguros e eficientes. O primeiro semáforo elétrico do mundo foi instalado em Cleveland, Ohio, em 1914. Passariam mais 12 anos até que Londres os adotasse.

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